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O Guardião da Chama: Uma Convocação a um Tantra Maduro

ética no tantra responsabilidade coletiva

Ao longo desta jornada, a pergunta que nos guiou foi: “O que este caminho pode fazer por mim?”. Hoje, no limiar deste ciclo, a pergunta amadurece. Ela se inverte. E ecoa na alma: “Qual é a minha responsabilidade para com este caminho?”.

O Tantra, em sua essência, é uma chama ancestral. O fogo do desejo pela verdade, pela inteireza, pela vida em sua plenitude. E, como todo fogo potente, ele pode iluminar o mundo ou incendiá-lo. Nós, que fomos tocados por esta chama, nos tornamos, por escolha ou por destino, seus guardiões.

Pois vemos as sombras que ameaçam distorcê-la: a comercialização que vende mentiras, a falta de ética que gera abuso, a preguiça que busca atalhos. Diante disso, a neutralidade não é uma opção. A omissão é conivência.

Ser um guardião não exige atos heroicos. Exige votos silenciosos, vividos na carne.

O Primeiro Voto: Manter a Própria Chama Acesa

A primeira responsabilidade de um guardião é com o seu próprio fogo. Ninguém guarda o fogo do templo com uma tocha apagada. Isso significa ter a coragem de sentar-se consigo mesmo, especialmente no silêncio do platô, quando a única coisa que resta é a profundidade da constância. Sua prática não é egoísmo. É o seu posto de vigília.

O Segundo Voto: Honrar a Dúvida

Um guardião não é um devoto cego; é um amante da Verdade. Isso exige a coragem de questionar. Os facilitadores, as promessas, as técnicas e, acima de tudo, a si mesmo. Estude. Dialogue. A inocência, neste campo, é uma porta aberta para o perigo. A sabedoria é o discernimento que a fecha.

O Terceiro Voto: Ser um Eco da Integridade

Isso não é sobre caçar bruxas, mas sobre acender velas. É ter a coragem de, em seus círculos, não se calar diante do que é eticamente duvidoso. É escolher e recomendar profissionais com base em sua integridade, não em seu carisma. É usar sua voz, não para gritar, mas para ressoar a clareza.

Esta não é a última página de um livro. É a cerimônia de graduação da sua soberania. É o momento em que deixamos de ser apenas consumidores de uma filosofia e nos tornamos co-criadores de uma comunidade mais madura, mais ética e mais verdadeira.

A chama está em nossas mãos. A pergunta não é mais apenas “o que faremos com ela?”. É: “Que tipo de luz escolheremos ser no mundo?”.

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