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O Yoga da Relação (Parte 2): O Gatilho Como Mestre Secreto

gatilhos emocionais no relacionamento cura

Na Parte 1, vimos que seu parceiro é um espelho. Mas o que fazer quando a imagem nesse espelho tem presas? O que fazer quando uma palavra dele ou dela te incendeia? Bem-vindo(a) ao fogo do Yoga da Relação.

Um “gatilho” é quando uma faísca causa uma explosão nuclear dentro de você. Nosso erro é culpar a faísca. A verdade é que o gatilho não é o inimigo. É o mapa do tesouro que sua alma desenhou para você. A explosão da sua reatividade é o som de um trovão que anuncia a chegada de uma chuva curativa. Sua tarefa não é fugir da chuva. É aprender a dançar nela.

A Prática no Fogo: A Âncora de Cinco Letras (A.P.A.R.A.)

No meio da tempestade, você precisa de uma âncora.

método para lidar com gatilhos emocionais

A – Acolha a Tempestade

Antes de lutar, renda-se à sua força. Reconheça: “Estou sendo ativado”. Diga “Eu te vejo. Você é imensa”. Não brigue com a onda; aprenda a senti-la. É o primeiro passo para aprender a sentir.

P – Pause o Tempo

Crie um instante sagrado entre a faísca e a floresta em chamas. Respire fundo uma única vez. Diga: “Preciso de um minuto”. Este segundo é o berço da sua consciência.

A – Aterre no Planeta

Sua mente é o furacão. Seu corpo é a terra. Volte para a terra. Sinta seus pés, o peso do seu corpo. Use as técnicas de aterramento como quem se agarra à raiz de uma árvore ancestral.

R – Rastreie o Rio até a Nascente

Com os pés no chão, pergunte com a curiosidade de um arqueólogo: “De onde te conheço, sentimento?”. Deixe que a resposta venha. O pânico de hoje é, talvez, o eco de uma criança de cinco anos. Você está rastreando a emoção até a sua ferida original, a sua sombra que pede para ser vista.

A. Aja a Partir do Centro

Agora, minimamente regulado, você não precisa mais reagir da ferida. Você pode agir do seu centro. Sua ação pode ser um limite, um sentimento, ou o silêncio. Mas ela é sua. Ela nasce da sua presença.

  • (Ressalva Fundamental: Um gatilho é sua reação. Abuso é a ação do outro. Esta prática não se aplica a situações de abuso. A única prática diante do abuso é usar sua clareza para sair. Sua segurança, pilar da nossa ética, vem primeiro. Sempre.)

A maestria no relacionamento não é alcançar um jardim onde os gatilhos nunca mais florescem. É se tornar o jardineiro que, ao ver uma “erva daninha”, sorri com interesse e pergunta:

“Ah, olá. Que nutriente você veio me mostrar que falta nesta terra hoje?”.

Agora que sabemos como usar o gatilho, como podemos ativamente nutrir a saúde da relação? É o que veremos na Parte 3: Cultivando o Jardim do “Nós”.

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